***A Secretaria de Comunicação Social do Município de Paranavaí – Secom, emitiu nota nesta sexta-feira às 14h, respondendo às colocações feitas na nota abaixo

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Nota oficial do Movimento Pró-Tratamento Oncológico de Paranavaí e Região

Paranavaí e Região Noroeste do Paraná têm a oportunidade de conquistar uma unidade de tratamento do câncer com recursos públicos, mas corremos o risco de perder mais essa extraordinária oportunidade de ampliar os serviços públicos de saúde, em favor da população.

Para conseguir o tratamento inicial aos portadores de câncer, consultas, exames, diagnósticos e avaliações, é preciso apenas que o poder público libere o atendimento gratuito em Paranavaí, pois nossa região já tem credenciamento e compromisso de profissionais que se dispõem a atender imediatamente, inclusive um profissional filho de Paranavaí colocou-se inteiramente à disposição para atender e orientar em tudo o que for preciso.

A saúde pública em todos os níveis está ofertando aos administradores que demonstrarem interesse em atender a população a facilidade para instalarem em suas cidades e regiões, unidades de tratamento do câncer, levando o serviço o mais próximo possível do paciente, e para isso passou a destinar recursos dos impostos, também através de emendas orçamentárias.

Para citarmos essas conquistas e ficarmos apenas com exemplos do Paraná, é importante dizer que Apucarana, Arapongas, Campo Mourão e Francisco Beltrão já obtiveram suas unidades de tratamento do câncer. Francisco Beltrão conquistou mais, pois obteve a nomeação de 524 profissionais, entre médicos, enfermeiros e atendentes, para o Hospital Regional do Sudoeste. Como se vê, cidades do porte populacional de Paranavaí, integrantes de regiões assemelhadas a do Noroeste do Paraná,  reivindicaram e conseguiram esse importante benefício, de verdadeiro respeito ao paciente.

É preciso registrarmos com o gosto amargo da tristeza e dos corações apunhalados,  que embora tenhamos uma cidade e uma região progressistas, uma comunidade extraordinária e um voluntariado excepcional, que se doam administrando tantas entidades, não conseguimos obter o atendimento quando a solução depende do poder público. É então preciso registrar e reiterar que Paranavaí não conta com o serviço público de neurocirurgia, pois perdeu o profissional que para cá veio. Que Paranavaí não conta com serviço público de cardiologia, porque perdeu o credenciamento que era de Maringá e passou para Arapongas. Que Paranavaí não conta com o tratamento do câncer, embora já em 2006 tivéssemos a oportunidade de conquistar o esse atendimento, conforme registram as atas da saúde pública, datadas de 17/02/2006, mas perdemos por falta de empenho de quem nos representa. Que Paranavaí não conta com mais 524 profissionais, entre médicos, enfermeiros e atendentes, poi
s perdeu essa reivindicação, mas os aguerridos e lutadores representantes de Francisco Beltrão conseguiram para aquela cidade e região essa extraordinária conquista.

A reivindicação de uma unidade de tratamento do câncer para Paranavaí e Região não é de agora,  nem é de alguém. É de sempre e é de todos. Ela ressurgiu impulsionada pelo grito de socorro da professora Aline Copceski que,  no Dia Internacional da Mulher, 08 de março do ano de 2011, denunciou publicamente quanto doída era a dor por  falta de tratamento e ainda mais doída  pela insensibilidade e falta de apoio das autoridades, um grito que por certo seria reproduzido pela precursora Sônia Burkot, que também tanto lutou já lá no longínquo ano de 1997, mas que teve sua vida abreviada e a sua voz emudecida, sem ter tido a alegria de obter resposta ou de ser atendida.

Até a esperança que tudo espera se desespera por falta de ação e de atuação efetiva de quem deveria defender a população e a ela ofertar os serviços públicos e especialmente o de saúde, pois este é o da vida e o da dignidade humana.

A falta de resposta ao desejo e à necessidade urgente da população, de obter mais e melhores serviços da saúde pública, e especialmente agora quanto ao tratamento do câncer, levou a sociedade a abraçar a luta em favor de uma unidade de tratamento do câncer que, instalada em Paranavaí, pudesse atender a toda a região do extremo noroeste do Paraná. A luta transformou-se em Movimento que adotou o slogan “A dor não pode esperar”. E o Movimento encontrou eco na bondade da população, que disse sim à reivindicação e assinou manifesto de apoio, com aproximadamente 30.000 assinaturas, devidamente registrado em Ata Notarial. Entidades também firmaram o apoio à reivindicação em manifestos expressos, como fizeram o Encontro de Lideranças para o Desenvolvimento do Extremo Noroeste realizado em Loanda, representando 12 municípios daquela região, além da Aciap, da Cacinpar e da Câmara Municipal de Paranavaí. A impressa escrita, falada e televisada e as redes
sociais deram espaço à reivindicação, contribuindo excepcionalmente para a formação da opinião. O Movimento protocolou reivindicação à administração municipal de Paranavaí dia 03/07/2012,  às 10h51, mas não obteve resposta até agora.

Constatou-se que, mesmo diante desse clamor popular, a administração municipal de Paranavaí, numa atitude isolada, sem ouvir pacientes, sem ouvir entidades que cuidam de pacientes, sem ouvir o clamor de tantos que assinaram o manifesto de apoio à iniciativa de instalação aqui de uma unidade de tratamento do câncer, decidiu sugerir e encaminhar sua posição no sentido de que os pacientes de Paranavaí e Região que atualmente estão sendo atendidos em Maringá, situada a  70 quilômetros de Paranavaí,  sejam encaminhados para Umuarama, distante 140 quilômetros. Umuarama, está construindo sua  unidade com recursos públicos e com a contribuição da sociedade abrangida pela Associação dos Municípios, a Amerios, construção projetada para começar o atendimento em 2012, mas agora reprogramada para 2014. Lá já teria conseguido R$ 52 milhões de recursos públicos e da sociedade, conforme dados disponíveis.

Nossa região poderia ter conquistado igual serviço público de saúde. Mas não há vozes do poder público executivo em defesa da população. Por que as reivindicações não são atendidas? Que forças são essas que estariam impedindo que tivéssemos o mesmo direito e conseguíssemos os mesmos benefícios de outras cidades e regiões? Quais seriam as razões desse descaso? A quem interessaria não atender a saúde pública na nossa região e mandar os pacientes que sofrem para longe? A quem interessaria?

A instalação de uma unidade de tratamento do câncer em Paranavaí, com recursos públicos   traria muitos benefícios a todos. Traria a dignidade aos pacientes e aos familiares que sofrem, que obteriam melhores perspectivas de cura e de vida. Traria mais profissionais da saúde. Traria mais estabelecimentos ligados à saúde. Traria o desejado desenvolvimento humano regional. E traria com tudo isso também o desenvolvimento econômico, cumprindo-se assim o ciclo de defesa e de respeito à vida e à dignidade humana e do progresso econômico. Mas, o poder público executivo está indiferente à dor, ao sofrimento, e até está indiferente à missão de bem atender a quem precisa de acesso à saúde.

Diante dessa grave situação que se avizinha, em que autoridades renunciam ao direito da população de obter o tratamento do câncer aqui e já, sem contudo ouvir a população, o Movimento Pró-Tratamento Oncológico de Paranavaí e Região Noroeste do Paraná, vem divulgar esses fatos para que, chegando ao conhecimento público, formemos uma verdadeira corrente humana de solidariedade e de reivindicação,  já constituída com quase 30.000 assinaturas de apoio, e passemos a reivindicar a nossos representantes do poder público para que assumam o compromisso em favor da instalação de uma unidade de tratamento do câncer e que de imediato liberem e não impeçam que o serviço público e gratuito seja prestado em Paranavaí, pois já há profissionais que se prontificaram a prestar esses serviços oncológicos, querem se instalar em Paranavaí e começar a atender a população.

Paranavaí-PR, 18 de junho de 2013.
Movimento Pró-Tratamento Oncológico de Paranavaí e Região Noroeste do Paraná.
Coordenação. Padre Romildo Neves. Pastores Odair Luzia e Agostinho Gontijo. Madalena Satin, Pastoral da Saúde da Diocese de Paranavaí. Arnoldo Luiz Victor, Presidente da Abraccce. Ilton Bigoto, Presidente da APDE.