João Pedro de Souza da Silva, 17 anos, solteiro, foi morto com 3 tiros na madrugada de hoje (3/2), por volta das 3h30, na Rua Manoel da Nóbrega. Os vizinhos ouviram o barulho dos tiros e foram às ruas e, quando depararam com a triste cena, chamaram a polícia. O corpo foi encaminhado ao IML de Paranavaí, para ser feita a necrópsia pela polícia científica. (Inf.Pedro Machado – Cultura AM)
Sou da Santa Isabel do Ivai das casas com as janelas abertas à noite para a entrada da fresca, da bicicleta encostada na cerca, da roupa dormente no varal.
Das serenatas nas noites de sábado quando o pai da homenageada chamava a gente prá dentro, pruma cerveja e uns pedacinhos de queijo e salame.
Dos desfiles de casais e de jovens namorados em redor da pracinha da fonte luminosa.
Da turminha na mesma praça, aos domingos, esperando a Santa Saída da missa das dez.
Do tempo em que o maior trabalho da polícia era acomodar um bebum até o porrete passar ou mesmo, levá-lo até sua casa e recomendar à patroa chateada mas acostumada, uma baita chícara de café bem forte.
“Saudades da minha infância querida que os anos não trazem mais”.
Saudades da minha juventude extraviada quando o crime maior era uma dose de cinzano tomada às escondidas, durante o festival de saltos nas águas do Saltinho. Ou então, o tragar seguido de acesso de tosse, de um lincoln, ou continental, ou luiz xv.
Saudades da minha Sanza do tempo do bença pai, bença mãe, dá licença, por favor, muito obrigado, bom dia professora não deu prá fazer a tarefa mas apronto prá aula de amanhã a senhora me desculpe não dê zero não porque senão meu lombo arde em casa. Saudades das minhas brigas na saída, no outro dia abraçado com o inimigo dando risada do dente amolecido, do esparadrapo na testa.
Do matiné no cinema do Velho Pacheco, onde muitos casamentos duradouros até hoje se principiaram com um roçar de mãos. Dos bailes no 2 de Julho, das brincadeiras dançantes tocadas a elepês do Ray Conniff Orquestra e Coral, mais Os Incríveis, Carlos Gonzaga, Robertão e Erasmão.
Dificil ter saudades disso tudo, com a certeza de que notícias como essa, ao contrário de nos espantar, banalizadas, nos deixam mais saudosos ainda.
Parreiras, meu caro Poeta-Verde, suas saudades são crônicas… de puro amor-puro ao torrão, iguais às minhas da infância, adolescência e juventude, todas plenamente vividas naquela Paranavaí de outrora, onde eu e meu amigo Gaspar ficávamos filosofando até 4h da manhã, de cabeça e alma limpas, sentados sobre o inesquecível murinho baixo na R. Souza Naves, ao lado da “Bergamini”, e ninguém nos incomodava e vice-versa, e muito menos o Jipão 4 portas, da Civil, ou qualquer guarda noturno.
Pela manhã, às oito eu já estava nos meus trabalhos: Hermes Macedo, Comapa, Instaladora Cotel, etc… etc. E a vida ali ia o jeitão pacato dela, nos levando com graça, mas livres e limpos!
É meu grand’amigo, quando a gente fala disso assim, saudosos, só quem testemunhou aquilo é que sabe o quanto nos dói a alma hoje em dia sabermos uma “Sanza” ou uma “Parnavaí” agora deterioradas pela brutalidade advinda do mundo-cão das drogas e do tráfico, nas quais notícias como essa do jovem cruelmente assassinado infelizmente tornaram-se rotinas.
Entretanto, este não é o maior mal a meu ver; o pior de todos é perceber que as pessoas estão se acostumando em ver vidas sendo apagadas por conta de nada. E aí cada uma reage se fechando no seu mundo pessoal, sem nem sequer cogitar de auxiliar as polícias locais nas investigações, mesmo que anonimamente e sob sigilo, para o bem da segurança de todos. Só mudam de opinião quando a desgraça lhes bate à porta, envolvendo alguém que lhe seja caro.
Que o Divino Pai Eterno nos livre dessas coisas, a nós e a todos aqueles a quem queremos bem.
Perdoe-me a extensão, Parreiras, mas seu comentário emocionou-me. Abs.
Agradeço a solidariedade que sei, é a mesma que seria expressada por tantos quantos leitores desse espaço, os nossos contemporâneos dos saudosos anos 60, 70 por ai, século passado.
Mas será que estaremos sendo compreendidos pela imensa maioria da população brasileira, mestre causídico?
Acabo de ler nem lembro donde, que 71 por cento dos nossos conterrâneos estão satisfeitos, estão felizes com a vida que levam.
Satisfeitos então com a área da Educação, da Saúde, da Segurança.
Satisfeitos porque lhes é indiferente a mãe deitada em maca em corredor de hospital segurando o suporte do soro, com o filho que ao final da oitava série do fundamental mal sabe escrever e precisa recorrer à calculadora para responder o resultado de 6 x 8, e nem ai para o aumento de 4.900 por cento no aumento da criminalidade ai na região de Paranavai, nos últimos seis anos.
Vivemos realmente, época de total inversão de valores, onde um carro financiado em 80 vezes enfiado em garagem de casa alugada, provoca satisfação em quem nem sabe se amanhã, saindo cedo para o trabalho, volta vivo para casa.
Sou da Santa Isabel do Ivai das casas com as janelas abertas à noite para a entrada da fresca, da bicicleta encostada na cerca, da roupa dormente no varal.
Das serenatas nas noites de sábado quando o pai da homenageada chamava a gente prá dentro, pruma cerveja e uns pedacinhos de queijo e salame.
Dos desfiles de casais e de jovens namorados em redor da pracinha da fonte luminosa.
Da turminha na mesma praça, aos domingos, esperando a Santa Saída da missa das dez.
Do tempo em que o maior trabalho da polícia era acomodar um bebum até o porrete passar ou mesmo, levá-lo até sua casa e recomendar à patroa chateada mas acostumada, uma baita chícara de café bem forte.
“Saudades da minha infância querida que os anos não trazem mais”.
Saudades da minha juventude extraviada quando o crime maior era uma dose de cinzano tomada às escondidas, durante o festival de saltos nas águas do Saltinho. Ou então, o tragar seguido de acesso de tosse, de um lincoln, ou continental, ou luiz xv.
Saudades da minha Sanza do tempo do bença pai, bença mãe, dá licença, por favor, muito obrigado, bom dia professora não deu prá fazer a tarefa mas apronto prá aula de amanhã a senhora me desculpe não dê zero não porque senão meu lombo arde em casa. Saudades das minhas brigas na saída, no outro dia abraçado com o inimigo dando risada do dente amolecido, do esparadrapo na testa.
Do matiné no cinema do Velho Pacheco, onde muitos casamentos duradouros até hoje se principiaram com um roçar de mãos. Dos bailes no 2 de Julho, das brincadeiras dançantes tocadas a elepês do Ray Conniff Orquestra e Coral, mais Os Incríveis, Carlos Gonzaga, Robertão e Erasmão.
Dificil ter saudades disso tudo, com a certeza de que notícias como essa, ao contrário de nos espantar, banalizadas, nos deixam mais saudosos ainda.
Parreiras, meu caro Poeta-Verde, suas saudades são crônicas… de puro amor-puro ao torrão, iguais às minhas da infância, adolescência e juventude, todas plenamente vividas naquela Paranavaí de outrora, onde eu e meu amigo Gaspar ficávamos filosofando até 4h da manhã, de cabeça e alma limpas, sentados sobre o inesquecível murinho baixo na R. Souza Naves, ao lado da “Bergamini”, e ninguém nos incomodava e vice-versa, e muito menos o Jipão 4 portas, da Civil, ou qualquer guarda noturno.
Pela manhã, às oito eu já estava nos meus trabalhos: Hermes Macedo, Comapa, Instaladora Cotel, etc… etc. E a vida ali ia o jeitão pacato dela, nos levando com graça, mas livres e limpos!
É meu grand’amigo, quando a gente fala disso assim, saudosos, só quem testemunhou aquilo é que sabe o quanto nos dói a alma hoje em dia sabermos uma “Sanza” ou uma “Parnavaí” agora deterioradas pela brutalidade advinda do mundo-cão das drogas e do tráfico, nas quais notícias como essa do jovem cruelmente assassinado infelizmente tornaram-se rotinas.
Entretanto, este não é o maior mal a meu ver; o pior de todos é perceber que as pessoas estão se acostumando em ver vidas sendo apagadas por conta de nada. E aí cada uma reage se fechando no seu mundo pessoal, sem nem sequer cogitar de auxiliar as polícias locais nas investigações, mesmo que anonimamente e sob sigilo, para o bem da segurança de todos. Só mudam de opinião quando a desgraça lhes bate à porta, envolvendo alguém que lhe seja caro.
Que o Divino Pai Eterno nos livre dessas coisas, a nós e a todos aqueles a quem queremos bem.
Perdoe-me a extensão, Parreiras, mas seu comentário emocionou-me. Abs.
Agradeço a solidariedade que sei, é a mesma que seria expressada por tantos quantos leitores desse espaço, os nossos contemporâneos dos saudosos anos 60, 70 por ai, século passado.
Mas será que estaremos sendo compreendidos pela imensa maioria da população brasileira, mestre causídico?
Acabo de ler nem lembro donde, que 71 por cento dos nossos conterrâneos estão satisfeitos, estão felizes com a vida que levam.
Satisfeitos então com a área da Educação, da Saúde, da Segurança.
Satisfeitos porque lhes é indiferente a mãe deitada em maca em corredor de hospital segurando o suporte do soro, com o filho que ao final da oitava série do fundamental mal sabe escrever e precisa recorrer à calculadora para responder o resultado de 6 x 8, e nem ai para o aumento de 4.900 por cento no aumento da criminalidade ai na região de Paranavai, nos últimos seis anos.
Vivemos realmente, época de total inversão de valores, onde um carro financiado em 80 vezes enfiado em garagem de casa alugada, provoca satisfação em quem nem sabe se amanhã, saindo cedo para o trabalho, volta vivo para casa.
PQP