*JP – Parreiras, este seu texto é de uma profundidade incrível, fruto de uma inspiração divina. Tanto que resolvi postá-lo na página home só pra mostrar que aqui no blog surgem coisas assim, tão bonitas. Parabéns, meu amigo ! Feliz 2013 e que o novo ano traga para o nosso blog mais textos de sua lavra com esta inspiração divina.
GENTEM:
Tô saindo prá me barbear, me banhar, me vestir, prá ir à missa das 20h na Igreja do Espírito Santo, aquela redonda, ali na esquina da Mateus Leme com a Carlos Pioli.Vamos – eu e ma belle, a pé. Mixaria de dois quilômetros,já que tudo aqui é silêncio, pois metade do povo curitibano escafedeu-se rumo ao Interior, a maioria pras praias, vou aproveitar o trajeto para meditar, fazer a minha retrospectiva do que foi 2012 para mim. Nesse ano, cresci pouco. O suficiente para não gerar tanto lixo e viajei menos ainda, o bastante prá não ajudar no arruinamento da camada de ozônio. Li mais que escrevi, isto é, aprendi mais que desensinei. Minha lista de colegas diminuiu, por causa da aposentadoria. De camaradas também, morreu Oscar Niemeyer. De companheiros, caiu também, pois diminuí a paradinha em butecos. Diminuiram as brigas minhas também, principalmente nos blogues, depois da minha decisão de não mais terçar armas com apelidos e anônimos. Mas doutro lado, como aumentou o rol (rol é chato prá caraio, mas fazer o quê, né JP, Gagá, Balestra, Old, and Corporation) de amigos.E considerem-se incluídos nas orações que vou despachar pra Deus Natureza, bem na hora do Ofertório, junto com os meus deizão.E saibam todos quanto estas mal traçadas lerem, nesse ano da graça que ora finda, que pedirei pelo sepultamento de mágoas, rancores e intolerâncias, desvirtudes que não podem ocupar lugar nenhum em coração algum, tão miudim já é.Que se dilatem o meu, o teu, os nossos, que se enormizem (se não existe enormizar, passa a valer dora em diante), para agasalhar as virtudes – e que sejam perenes, da fraternidade, da solidariedade, da amizade franca e sincera.Abracemos-nos todos, o negão, o polaco, o zóio rasgado, o polenteiro, o espírita, o crente e o descrente, o empresário e o peão do chão de fábrica, o dono da esmagadora de laranja e o seu catador, o vereador e o seu eleitor, o dono da bodega e o bebum, a mulher vistosa, graciosa, e a entupida de botox, a que voa na Biz e a que se torce no Corolla em busca de vaga. Abracemo-nos todos e, nada de olhar pro céu como abobados, pois Ele está em toda a parte. Quando algum de nós O enxergar, não demore nem um segundo: Corra para arrastá-lo para fazer parte desse nosso infinito abraço.É o que Ele quer. Estar no meio de nós!