Dia 29 de junho de 2006 foi anunciada a decisão do governo (decreto 5.820/2006, assinado pelo ex-presidente Lula), definindo o padrão japonês como modelo para a implantação da TV Digital no país, em detrimento dos modelos americano e europeu. Segundo o decreto presidencial, em sete anos a partir da data de assinatura, todas as emissoras deverão obrigatoriamente transmitir em digital (ou seja, esse prazo terminaria agora em 2013). Assim, durante estes anos, há um período em que temos simultaneamente as transmissões no sistema analógico e no digital. Também consta no documento que as transmissões de TV analógicas (emissoras ou retransmissoras) devem se encerrar em dez anos, o que nos leva ao ano de 2016 como conclusão do processo de transição tecnológica. O nosso país é um caso único no mundo, pois a televisão aberta é o veículo principal de informação e entretenimento da maioria da população. Assim, hoje discute-se bastante se estas datas são viáveis, isto é, se as empresas de tv e os telespectadores de todo o Brasil terão até 2016 equipamentos prontos, de modo a se desligar os transmissores digitais e jogar fora aquela velha tv de tubo. 

A adoção da TV Digital no Brasil resulta em alguns impactos:

– No aspecto financeiro, investimentos elevados das emissoras de televisão e dos telespectadores na compra de equipamentos.

 – Há um uso mais racional do espectro de frequências: o sistema analógico exige que se mantenham intervalos entre os canais e em cidades próximas, com a TV Digital os canais podem ser adjacentes. Com isso, e principalmente após a devolução para o governo das concessões de uso dos canais analógicos (ao final da transição), estas faixas de frequência poderão ser usadas para novos serviços, especialmente móveis, ou para outras emissoras de TV.

– Para o telespectador, muitas vantagens:

• Sinal de boa qualidade em toda a área de cobertura, imagem sem chuviscos ou fantasmas;

• Som 5.1 (surround), igual ao de cinema ou a home theater;

• Interatividade (consulta de dados, navegação por textos e imagens, links com Internet, entre outras facilidades);

• Imagem no formato 16 x 9;

• TV de alta definição (imagem com resolução de 1.080 linhas, HDTV): resulta em uma imagem mais agradável, com mais profundidade e maior riqueza de detalhes;

Como o telespectador pode se comportar neste período de transição?

– Continuar com seus televisores analógicos, assistindo normalmente – já que, pelo menos até 2016, as emissoras continuarão com os sistemas analógicos em paralelo com os digitais (custo zero).

– Adquirir um conversor, (caixinha, set-top-box), e ligá-lo aos televisores que já possui em casa: o conversor é um equipamento semelhante aos receptores de satélite ou de TV a cabo. Este aparelho recebe o sinal digital, e o converte para um padrão adequado para os atuais televisores.

– Mas a melhor opção, é, sem dúvida, comprar uma tv nova: hoje, todas as TVs fabricadas no Brasil já estão aptas a receber a tv digital. Basta conectar uma antena, e usufruir de todas as vantagens desse novo sistema.